Você já parou para pensar o que acontece com um colchão depois que ele é descartado? Nos Estados Unidos, a resposta está em um modelo de reciclagem de colchões que já transformou milhões de unidades em matéria-prima reaproveitada.
O Mattress Recycling Council (MRC), criado em 2013, mostra como uma estrutura organizada pode transformar um problema ambiental em oportunidade para a indústria, para o consumidor e para a sociedade.
Segundo o relatório, mais de 11 milhões de colchões já foram reciclados nos Estados Unidos, o que equivale a 261 milhões de quilos de materiais reaproveitados. É um número impressionante, que mostra a força de uma política pública bem estruturada quando unida à responsabilidade compartilhada entre indústria, varejo e consumidor.
Como funciona na prática?
Quando alguém compra um colchão novo em estados que possuem programas de reciclagem, paga uma pequena taxa adicional. Esse valor financia todo o processo: coleta, transporte e desmontagem dos colchões antigos.
A desmontagem é feita em instalações especializadas, onde cada material é separado para ter um novo destino:
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Aço: reaproveitado como sucata na indústria;
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Espuma e enchimentos: transformados em subprodutos, como acolchoados para carpetes;
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Madeira: utilizada como combustível alternativo ou até mesmo para compostagem;
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Tecidos: direcionados a diferentes usos, dependendo do estado de conservação.
O impacto ambiental é significativo. Apenas um colchão reciclado economiza mais de 3 mil litros de água e reduz emissões de gases de efeito estufa equivalentes a não rodar quase 100 km de carro.
Reciclagem de colchões no Brasil: desafio e oportunidade
Aqui no Brasil, ainda estamos engatinhando nessa discussão, mas o exemplo norte-americano mostra que é possível criar um sistema sustentável para lidar com resíduos complexos. Colchões não são apenas grandes — eles também combinam diferentes materiais que, sem reciclagem, vão parar em aterros e se tornam um problema ambiental de longo prazo.

É justamente nesse ponto que temos um grande desafio — mas também uma grande oportunidade. A reciclagem de colchões pode ser o próximo passo estratégico para transformar o setor, aproximando indústria, governo e consumidores em torno de um objetivo comum: a sustentabilidade.
Reciclagem de colchões: um caminho inevitável
O que mais me chama a atenção é a visão de longo prazo. Lá, reciclar colchões não é uma ação isolada, mas parte de uma política de economia circular, onde cada etapa tem um propósito e um destino definido.
E nós? Será que estamos prontos para dar esse salto?
Talvez ainda falte articulação entre governo, fabricantes e sociedade. Mas, olhando para esses exemplos, fica evidente que o futuro do setor de colchões não está apenas em fabricar bem, mas em pensar no ciclo completo do produto.
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